sábado, 15 de setembro de 2012

FIDELIDADE PRA QUÊ?



1500. Uns bandos de FDP vestidos até o pescoço e fedidos atracam em nossa “terra onde tem palmeiras e canta o sabiá”. Aqui se acharam donos e firmaram moradia que, inicialmente, foi periódica usada apenas como ponto de parada e abastecimento. Esses filhos da puta só queriam explorar nosso pau (Pau Brasil) e nossas índias. Pois bem, lá por volta de 1530-1534 resolveram colonizar nossa terrinha e trouxeram, entre outros, os padres católicos com seus jargões de que o homem deve casar-se apenas com uma mulher até que a morte os separe e bla, bla, bla. Qualquer outro tipo de união foi e é até hoje condenada. Foi aí que começou a merda nos relacionamentos. A porra da fidelidade, conseqüência do matrimonio e do sentimento monogâmico, tornou-se uma obrigação e com ela vieram os conflitos sociais e traumas psicológicos.

Nos últimos dez anos, o número de divórcios no Brasil quase dobrou, passando de 1,7%, em 2000, para 3,1% em 2010 ¹. As clinicas psicológicas e terapêuticas vivem lotadas de mulheres desesperadas querendo superar uma traição ou algum tipo de trauma causado por sua possessividade. Homens, psicologicamente perturbados e possessivos, não aceitando uma traição ou o fim de uma relação matam suas parceiras (os). Essa política monogâmica é ineficaz. As mulheres passam a vida tentando conquistar e fiscalizar seus homens e os homens, por sua vez, não conseguem manter-se fiel às suas mulheres. Bom seria a liberdade entre as pessoas de si relacionarem e casarem-se com quem e quantos bem entender, sem intervenção da sociedade. A fidelidade é algo bem relativa depende do casal, se o tipo de relação e intenções forem previamente esclarecidos, não há infidelidade. Melhor ter uma relação em que ambos vivam em harmonia do que esse falso pudor trazido com a, suposta, porra da fidelidade que apenas tenta disfarçar os chifres e traumas. Para o casal que consegue respeitar a liberdade do outro a relação torna-se mais saudável e intensa. Chega desse sentimentalismo de posse trazido pelos portugueses, enraizado pelo cristianismo e ratificado pelo sistema patriarcal. Homens e mulheres podem e devem ter direito de escolher com quantos parceiros desejam se relacionar.
Recentemente um caso inédito veio a público nos noticiários do pais: foi oficializada um união estável entre três pessoas em um cartório de Tupã-SP ². O ineditismo e a legitimidade da união surpreenderam até aqueles mais modernos que aspiram ter uma relação desse tipo, ao mesmo tempo em que trouxe para discussão os rumos dos relacionamentos. Isso é prova de que os costumes mudam e que a revolução social das relações afetivas começou.

Portanto muito em breve não seremos mais, inconscientemente, obrigadas a ficar ligando para nosso parceiro a fim de saber se o mesmo está na cama com alguma cachorra, pois a cadela em questão nos será previamente apresentada, os homens infiéis poderá transar com outra sem dor na consciência (se é que eles têm isso), mas terão que se acostumar com outro homem fazendo sua mulher gemer e suar de tesão e prazer. Além do mais teremos outro gato para sair, beijar e transar gostoso, até porque a poligamia será nosso direito também e eu, particularmente, saberei usufruir muito bem. E você?