Um tema,
indiscutivelmente, delicado. Por um lado cheio de tabu e incertezas por parte
de muitas mulheres e, por outro, cheio de tesão e fantasia por parte dos homens.
Ao contrário do que muita gente pensa, poucas prostitutas praticavam o coito
anal, tal ato era limitado aos travestis homossexuais. Somente após 1990 com a
popularização da internet as profissionais do sexo, ao perceberem a fissura dos homens
pelo sexo anal, passaram a oferecer o ânus como um diferencial e atrativo (se
bem que acredito que muitas mulheres casadas e safadinhas já faziam uso desse
prazer singular- dificilmentemente deixarei de acreditar em nossa criatividade).
Assim a prática se popularizou, até bater às nossas portas, mentes e camas.
Começou aí o conflito que perdura até hoje e que deixa muita mulher em
conflito.
Mas por que tantas
mulheres não se sentem à vontade com o sexo anal? Por que tanto medo do novo? Com
superar a dicotomia de “dá ou não dar esse
seu buraquinho da parte de trás”?¹
O medo no novo e a falta de conhecimento sobre o próprio corpo foi, historicamente, enraizado. Por muito tempo as
mulheres foram reprimidas e tiveram a sua sexualidade limitada. Elas foram
coagidas a casar, ter filhos, cuidar da família e da casa até a morte. Eram admirada pelo tamanho da prole e pela posição social do marido. Nossas
ancestrais transavam mais por obrigação do que por prazer. Se até a prática do
sexo, dito, normal era limitado imagine supor um sexo em que a penetração se
desse pelo ânus esse, por sua vez, se tratando de uma zona tão relacionada com
a impureza devido a sua condição natural de canal para liberação da necessidade
fisiológica fecal. Mito e verdade, passado e presente fundem-se na sociedade contemporânea
deixando resquícios de um passado onde as mulheres não tinham
noção da própria sexualidade. Um passado em que não si conhecia o próprio corpo, em
que a libido feminina era dependente do outro. O passado ficou pra trás, nossa
realidade é outra e nossas atitudes também devem ser. Tudo que é novo causa
estranheza, desconfiança, insegurança e preconceito. O novo, às vezes assusta, mas ele só deixará de ser novo se você
experimentar. Antes de tudo lembre-se que é imprescindível a utilização de preservativo durante o sexo. Saiba que a higiene anal também é de extrema relevância, sendo assim aconselho que durante o banho faça uso do sabonete Phebo (não irrita o ânus) e que penetre o dedo - você pode usar tantos quanto desejar - na região anal, tanto para limpar o mesmo quanto para treinar o canal para o prazer. No mais superar o receio do sexo anal é fácil se você considerar alguns pontos que são relevantes e que antecedem a prática.
O primeiro é perceber o sexo anal como
uma prática normal. Nada de imaginá-lo como um mostro criado por um sádico
neurótico querendo apenas infligir seu objeto sexual, ou que seu parceiro quer
partir você no meio ao comer seu cú (desculpa
a expressão, mas sou assim – risos). O prazer anal é uma realidade cada vez
evidenciada. O ânus é uma área erógena. Tanto na mulher quanto no homem, a
região anal possui altíssima sensibilidade podendo ocasionar muito prazer. Basta
estimular a área com a devida atenção, desejo, carinho e tesão.
O segundo ponto, particularmente
mais importante, diz respeito às fantasias
sexuais mentais que impulsionam nossa libido. Sigmund Freud já dizia que “o
pensamento é o ensaio da ação”. Podemos fantasiar para conseguir o que
desejamos. Portanto use a fantasia a seu próprio favor. Sempre acreditei que
fantasiar abre meu apetite sexual e estimula o tesão. Observe que ao passar do
horário de comer sua mente começa a imaginar uma comida saborosa e, tão logo,
sua barriga reclama, sua mente não te deixa em paz até você saciar a sua fome. A
mesma coisa acontece com nosso desejo sexual. Por isso queira, deseje o sexo
anal, durma pensando nele, sonhe transando fazendo uso do ânus e gozando muito.
Queira praticar o sexo anal, antes mesmo de fazê-lo. Nada de fazer para agradar
alguém, você nunca sentirá prazer se fizer isso. Você em primeiro lugar. Entenda
de uma vez por todas. Sexo anal é algo que você tem que querer caso contrário,
não dá.
O terceiro e último
ponto é a pratica (o ato) do sexo anal.
Quando sua mente quer seu corpo responde de igual forma, as fantasias têm um
poder incrível sobre nosso corpo. Depois de muito fantasiar, ler sobre sexo
anal, assistir a filmes adultos sobre o tema, seu corpo só vai pensar naquilo. Sendo assim, após seu
ânus gritar por sexo, quando estiver
durante a transa, estimule a área, use lubrificantes a base de água, brinque
com seu ânus. Assim como o clitóris o ânus também gosta de ser estimulado. Durante a penetração a pressão a ser usada
varia muito e depende daquilo que, no geral, te estimula. Uns preferem que soque o pênis de vez, outros preferem ‘só
a cabecinha, depois o corpo do pênis’... Não importa. E lembre-se que, se for a
sua primeira transa anal, o melhor é o gato penetra-lá só uma vez e fazer movimentos de vai-e-vem sem tirar o
pênis de dentro do ânus. Isso diminui a sensação de desconforto que uma socada variada possa causar na primeira experiência. Indico as posições "de ladinho" ou ele por baixo e você por cima (dessa maneira você controla a intensidade das "metidas").
Em síntese, tire os
tabus obsoletos e preconceituosos da cabeça. Não permita que receios e tradicionalismos limitem o seu prazer. Com exceção de pessoas que sofrem alguma patologia na
região anal ou alguém que ache que a bíblia condena (ainda não vi uma passagem bíblica
que fale da proibição anal), todos podem usufruir do sexo anal², e o prazer só
será possível se você estiver fisicamente e psicologicamente a fim de fazê-lo.
O próprio Freud há anos escreveu: O sonho é a
satisfação de que o desejo se realize. Portanto sonhe, pense, fantasie e pratique. Se entregue ao prazer e
tenha orgasmos inesquecíveis.
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